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Nelson, de Aracaju à Bahia

    N aquele sábado, havíamos nos preparado para irmos a um dos  bailinhos  da cidade. Vestimos as nossas melhores “becas”, todas elas, obviamente, estampadas em xadrez ou com listras nas cores mais diversas. Elas haviam sido confeccionadas pelo nosso grande alfaiate Macedo, uma das bichas mais desvairadas daqueles tempos. Como de costume, nos encontramos na esquina da Rua Sete de Setembro, local que normalmente funcionava não só como ponto de encontro, mas também de onde se davam as partidas e chegadas. Hoje em dia, com essa história do “politicamente correto”, o mundo ficou mais chato e careta e aa pessoas já não podem mais falar esse tipo de coisa, como chamar alguém de bicha, por exemplo, pois isso pode revelar preconceito e dar até cadeia já que o indivíduo pode ser chamado de racista ou ser suspeito de estar praticando homofobia. Agora, precisamos ter muito cuidado antes de sairmos  por aí  falando o que pensamos, pois o discurso...

Os segredos de François Hold

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Esta história se passa em um  único dia na provinciana Recife do início dos anos 1970 Capítulo I Ciência X Religião – A Física propõe uma trégua Em uma inesperada e ensolarada tarde de maio, saí do Colégio Esuda bastante intrigado com algumas ideias que o nosso professor de física nos transmitira em sua aula.  Eu estava no segundo ano do curso Científico, nome que se dava ao que hoje conhecemos como Ensino Médio. Foi um período da minha vida onde praticamente todos os dias uma enxurrada de novos conhecimentos me eram apresentados e todas aquelas informações aguçavam ainda mais a minha curiosidade juvenil, sobretudo porque eu me encontrava em uma idade onde as coisas costumavam soar realmente como novas e cheias de mistérios. Naquela época, o Científico estava voltado para as ciências exatas, enquanto o Clássico era indicado para os alunos que iriam prestar o vestibular de Humanas.  Existia ainda o Biológico, que era direcionado a aqueles que iriam fa...